site do Paço da Liberdade
terça-feira, 29 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Mostra Audiovisual de Cinema e Literatura Cubana
A Mostra Audiovisual de Cinema e Literatura Cubana acontece do dia 25 de junho até 01 de julho, na Cinemateca de Curitiba. Esta traz os filmes do ICAIC e tem como objetivo trazer ao público brasileiro o trabalho de cineastas de renome internacional com base em obras da literatura cubana. A abertura da Mostra Cubana, sexta-feira, às 19h na contará com a palestra
de Yaffa Valdez - especialista em cinema cubano do Departamento de Relações Internacionais do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica e de Maria Teresita Campos Avella. Integra a mostra a realização de uma oficina que acontece do dia 28 de junho até 01 de julho pela manhã e tem como tema: os diretores de cinema cubano e literatura.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
curta-metragem Pastoreio
Em tempos de difusão de filmes pela internet, finalmente o curta-metragem Pastoreio está online no Vimeo (em versão HD e SD), para download no MegaUpload ou via torrent PirateBay, com post também no MakingOff.
Opções para todo gosto.
Congreso ASAECA2010
Congreso ASAECA2010 - Cierra el 30 de junio
Caros colegas
Por favor, difundan en sus listas. Es nuestro primer congreso internacional en la Aquilea borgiana! La inscripción cierra el 30 de junio. Los esperamos!
Más informaciones en
www.asaeca.org
Mi abrazo cordial
Andrea
terça-feira, 22 de junho de 2010
Estão abertas as inscrições para o CELUCINE
O Cel.U.Cine chega a sua terceira edição em pleno ano de Copa do Mundo e, para aproveitar este clima, propõe como tema para a sua primeira etapa: O mundo é uma bola - Vivemos em círculos . E mais: as inscrições foram prorrogadas até o dia 10 de Julho. Podem participar filmes com duração entre 30 segundos até três minutos, de qualquer gênero, feitos por profissionais ou amadores. Os filmes devem ser produzidos em celular, câmera digital ou mini-DV.
Leia +
Novos livros da Editora Plus
Estão disponíveis para download: Communication and Culture, organizado pela Prof. Dr. Denize Araújo e Cotidianos no cinema brasileiro contemporâneo, da Prof. Dr. Sandra Fischer.
Cotidianos no cinema brasileiro contemporâneo – download
Conheça o site da editora aqui.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Estão abertas as inscrições para oficina de Cinema e Literatura Cubana
A Cinemateca de Curitiba está com as inscrições abertas, desde segunda-feira (14) até 24 de junho as inscrições, para a oficina de cinema cubano que integra a Mostra e Oficina de Audiovisual de Cinema e Literatura Cubana. A participação na oficina é aberta para a população estando disponíveis trinta vagas e as inscrições podem ser feitas na administração da Cinemateca de Curitiba.
A oficina acontece do dia 28 de junho até 01 de julho pela manhã e tem como tema: os diretores de cinema cubano e literatura. A ministrante será a professora cubana Yaffa Valdez, especialista em cinema cubano do Departamento de Relações Internacionais do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC) que vêm de Havana especialmente para falar sobre o cinema cubano e sua relação com a literatura. A Mostra que inicia do dia 25 de junho e irá até 1 de julho traz os filmes do ICAIC e tem como objetivo trazer ao público brasileiro o trabalho de cineastas de renome internacional com base em obras da literatura cubana.
Serviço:
Inscrições para Oficina de Cinema e Literatura Cubana;
Local: Cinemateca de Curitiba.
Data inscrições: 14 à 24 de junho.
Aulas da segundas (28) a 1º de julho das 9h às 12h.
Contato: 33 21 33 59.
A oficina acontece do dia 28 de junho até 01 de julho pela manhã e tem como tema: os diretores de cinema cubano e literatura. A ministrante será a professora cubana Yaffa Valdez, especialista em cinema cubano do Departamento de Relações Internacionais do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC) que vêm de Havana especialmente para falar sobre o cinema cubano e sua relação com a literatura. A Mostra que inicia do dia 25 de junho e irá até 1 de julho traz os filmes do ICAIC e tem como objetivo trazer ao público brasileiro o trabalho de cineastas de renome internacional com base em obras da literatura cubana.
Serviço:
Inscrições para Oficina de Cinema e Literatura Cubana;
Local: Cinemateca de Curitiba.
Data inscrições: 14 à 24 de junho.
Aulas da segundas (28) a 1º de julho das 9h às 12h.
Contato: 33 21 33 59.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro
Informamos que já estão abertas as inscrições para o
Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2010.
O regulamento e ficha de inscrição para a Competição Nacional estão disponíveis no site www.shortfilmdepot.com
A data limite para inscrições nacionais é 30 de julho de 2010. Inscrevam-se já!
O Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema é um festival de caráter competitivo para filmes realizados em 35mm, 16mm e mídias digitais, realizado anualmente no Rio de Janeiro.
Em 2010, ano de sua 20ª edição, o festival acontecerá de 28 de outubro a 7 de novembro. Além de exibir a recente produção de curtas nacionais e internacionais, o festival apresentará retrospectivas, programas especiais e diversas atividades paralelas.
Aguardamos seus filmes!
Cordialmente,
Ailton Franco Jr.
Diretor do Festival
Lis Kogan
Coordenadora de Programação
Isabela Mota
Programadora Assistente
terça-feira, 15 de junho de 2010
Guido Viaro oferece “abrigo” contra a Copa
Matéria da Gazeta do PovoPara quem não dá a mínima para futebol, o Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348) oferece uma rota de fuga. Durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, serão exibidos filmes de qualidade inegável.
A mostra começa amanhã, às 15h30, com a exibição de Amador, de Krzystof Kieslowski, produção polonesa de 1979. No dia 20, é a vez de O Atalante (1934, foto), de Jean Vigo. Entre os filmes brasileiros, está Limite, de Mário Peixoto, a ser exibido no dia 25, considerado uma das mais importantes produções nacionais de todos os tempos. A entrada é gratuita. Informações pelo telefone (41) 3018-6194.
Conferência Internacional Cinema - Arte, Tecnologia,Comunicação
AVANCA | CINEMA juntará perspectivas, singularidades e referenciais históricos a uma avalancha criativa, mental e expositiva, própria do mundo da investigação e do desenvolvimento.
28 a 30 de Julho de 2010
Avanca – Portugal
Os investigadores de todo o Mundo e de todas as áreas de desenvolvimento que se aproximam do CINEMA estão convidados a submeterem a sua comunicação.
Em Julho 2010, as melhores comunicações reunirão, em Avanca, investigadores oriundos dos cinco continentes e das mais diversas áreas de investigação, apostados na construção de uma nova Torre de Babel, sem barreiras comunicacionais, fruto da linguagem quase única e universal do CINEMA.
Os autores estão convidados a submeterem trabalhos nos temas abaixo sugeridos (mas não limitados a estes):
Cinema – Arte
- Artes do espectáculo e memória;
- Artes performativas;
- Artes plásticas e cinematografia;
- Crítica e teoria cinematográfica;
- Escrita de argumento e criatividade;
- Estética e semiótica;
- História e cinefilia;
- Literatura e cinema;
- Música e som do cinema;
Cinema – Tecnologia
- Arquitectura de espaços;
- Legendagem, dobragem e audio-descrição;
- Linguagens para minorias;
- Novas tecnologias e cinema;
- O espaço da internet;
- Suportes, formatos e novos "media";
Cinema – Comunicação
- Cinema e pedagogia;
- Comunicação social, espaço público e sociedade;
- Economia e marketing;
- Formação académica e profissional;
- Internet social e espaço fílmico;
- Política do audiovisual;
Cinema – Cinema
- Cinema documental;
- Ficção entre a imagem real e a animação;
- Percursos, filmografias e géneros;
- Produção cinematográfica e audiovisual;
Mais informação em www.avanca.org
AVANCA | CINEMA
Conferência Internacional Cinema - Arte, Tecnologia,
Comunicação
Cine-Clube de Avanca
3860-078 Avanca
Portugal
Tel/Fax +351.234.880658
conferencia.avanca@gmail.com
sábado, 12 de junho de 2010
Aluna do MCL dará curso no Intercom 2010
A professora das Faculdades Integradas do Brasil, Claudia Guimarães, ministrará o minicurso Narrativas Cinematográficas, Narrativas Multimidiáticas no XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom 2010, que será realizado na Universidade de Caxias do Sul, em Caxias do Sul (RS), no período de 3 a 6 de setembro de 2010.
O minicurso Narrativas Cinematográficas, Narrativas Multimidiáticas enfoca diálogos entre estética e tecnologia nas produções audiovisuais de vanguarda. Claudia Guimaraes recebeu oficialmente o convite da professora Marialva Barbosa, diretora científica da Intercom. “Tendo em vista que este ano o tema geral do Congresso é Comunicação, Cultura e Juventude, o tema terá enorme interesse entre os participantes do evento”, esclarece Barbosa.
Serviço: Mais informações no site www.intercom.org.br.
O minicurso Narrativas Cinematográficas, Narrativas Multimidiáticas enfoca diálogos entre estética e tecnologia nas produções audiovisuais de vanguarda. Claudia Guimaraes recebeu oficialmente o convite da professora Marialva Barbosa, diretora científica da Intercom. “Tendo em vista que este ano o tema geral do Congresso é Comunicação, Cultura e Juventude, o tema terá enorme interesse entre os participantes do evento”, esclarece Barbosa.
Serviço: Mais informações no site www.intercom.org.br.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Mostravídeo Itaú Cultural apresenta:
10/6 - 19h30 - Paço da Liberdade SESC Paraná - Gratuito
Une Visite au Louvre
(Danièle Huillet e Jean-Marie Straub, França, 2004, 47 min, DVD)
Um dos últimos filmes de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet (falecida em
2006), *Une Visite au Louvre *(2004) é o desdobramento de um projeto
realizado 15 anos antes pelos diretores franceses. Em *Cézanne *(1989), eles
se valiam pela primeira vez dos escritos do poeta Joaquim Gasquet, que
registrou num livro de 1921 parte de seus diálogos com o pintor. Se no
primeiro filme as falas de Cézanne eram associadas a um material mais
heterogêneo (pinturas, filmes, fotografias e tomadas de espaços abertos),
neste segundo trabalho suas reflexões dirigem-se exclusivamente às obras de
outros artistas célebres, enquadradas aqui em planos rigorosos e precisos.
Sempre certeiro diante dos trabalhos, o Cézanne de Straub/Huillet vibra com
as cores e as formas das pinturas que admira ou despreza.
Curitiba | quinta-feira, 10/6, às 19h30 *[ *sessão comentada por Matheus
Araújo Silva *] | Paço da Liberdade SESC Paraná. Praça Generoso Marques,
189. 3234-4200. É necessário retirar o ingresso com uma hora de
antecedência. *Entrada gratuita *.
Informações adicionais em: http://mostravideoitaucultural.wordpress.com
terça-feira, 8 de junho de 2010
Trabalhos selecionados para Compós 2010
Foi divulgada a lista de trabalhos selecionados para a Compós 2010. Entre eles estão:
DENISE GUIMARÃES (UTP) - The Spirit, de Frank Miller
CLÁUDIA QUADROS (UTP), ITANEL QUADROS (UFPR) E PERE MASSIP (UNIVERSIDAD RAMON LLUL) - Webjornalismo: da forma ao sentido: os casos da Gazeta do Povo e La Vanguardia
RENATO PUCCI (UTP) - A televisão brasileira em nova etapa? Hoje é Dia de Maria e o cinema pós-moderno
DENIZE ARAÚJO (UTP) - Dubai: o paraíso hiperreal e paradoxal da indústria do entretenimento
Acesse a lista completa aqui.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Inscrições para exibição de filmes Faixa Curtas
"Prezados realizadores,
Foram prorrogadas até o dia 15/06/2010 as inscrições para exibição de filmes de ficção, de curta e média-metragem no Faixa Curtas, programa semanal de 52 minutos, que estreará em breve no SescTV.
Devido à demanda de solicitações, além de filmes nas bitolas 35mm, 16mm e Super-8mm, aceitaremos também filmes digitais, padrão mínimo de resolução de imagem: Betacam-SP.
A Bambu Filmes de São Paulo - responsável pela produção do programa - fará a curadoria, seleção e licenciamento de aproximadamente 160 curtas e médias-metragens com duração entre 3 e 40 minutos.
O programa Faixa Curtas será temático e exibirá filmes dos mais variados subgêneros dentro do espectro da ficção.
Inscrições, Regulamento, valores e Contato no site:
http://www.sesctv.org.br/faixacurtas/
Contamos com a inscrição de todos os seus filmes!
Atenciosamente,
Luís Carlos Soares / Ivana Michelazzo
Bambu Filmes
(11) 3073-1581
Skype: bambufilmes e ivanamichelazzo "
50 anos de cinema
Documentário mostra a amizade de dois diretores, fazendo uma espécie de homenagem aos 50 anos da Nouvelle Vague
Por Leonardo Freitas
Embora a Nouvelle Vague tenha surgido com o filme Nas Garras do Vício (1958), do diretor Claude Chabrol, o movimento francês se concretizou com os clássicos Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut, e O Acossado (1960), de Jean-Luc Godard.
Podemos considerar, então, que o documentário Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague, que estreia nesta sexta (28 de maio) seja uma espécie de comemoração de 50 anos do movimento caracterizado pela juventude dos seus autores, dispostos a transgredir as regras do cinema comercial.
Em 91 minutos, o diretor Emmanuel Laurent, em seu primeiro longa-metragem, destrincha a amizade entre os dois diretores que foi a força motora do principal movimento artístico dos anos 60. O roteiro saiu da mente de Antoine de Baecque, um dos maiores estudiosos da Nouvelle Vague na França e autor de François Truffaut - Uma Biografia e que está prestes a lançar uma biografia sobre Godard. Nada mais sensato que o roteiro ser de sua autoria.
Com impressionantes registros de arquivo com excelente qualidade de áudio e imagem (graças aos registros da TV belga, sempre engajada e interessada no movimento), Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague começa com a exibição de Os Incompreendidos no Festival de Cannes em maio de 1959 e a ovação da plateia, diante daquele novo modo de fazer cinema, assistindo ao "anti-filme" do Festival.
A bela ode à infância e descoberta da vida adulta dirigida por François Truffaut deu um novo frescor do mundo na mente de jovens que tinham muito a dizer e a mostrar com seu cinema. Jean-Pierre Léaud, no personagem Antoine Doinel (papel que faria pela primeira vez neste filme e eternizaria em diversos outros longas de Truffaut) no auge de seus 14 anos, trouxe em Os Incompreendidos um personagem encantador e incômodo, sufocado por uma sociedade conservadora e opressora. Era o alter-ego de Truffaut e Godard, de fato.
Paralelamente a isso, o documentário mostra o encontro de Truffaut com Godard que, de idades e ideias similares, vão se unir e tornar a Nouvelle Vague o que ela foi. Godard tem seu primeiro filme, Acossado, produzido por Georges de Beauregard. Filme que, curiosamente, vai de desencontro com a linguagem cinematográfica de Truffaut. São dois cineastas com os mesmos ideais que colocam seus pensamentos na tela de formas distintas.
Mostrando depoimentos da época, Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague preza pelo frescor do movimento primordialmente jovem. Não há ali, depoimentos do octogenário Godard, nem do sexagenário Léaud. Apenas Godard, Truffaut (morto de um tumor no cérebro em 1984, aos 62 anos) e Léaud, ainda jovens, ainda com o sonho de fazer cinema inspirados em seus ídolos, como Alfred Hitchcock, Fritz Lang, Jean Renoir, Ingmar Bergman, Nicholas Ray, Roberto Rosselini e tantos outros.
Com ritmo e linguagem característicos do cinema francês, o documentário vai mostrando, em narração off - mas nunca pedante -, conceitos, opiniões, reações e reflexões da Nouvelle Vague. Do espírito arisco de Godard à poesia de Truffaut, as contradições dessa amizade começam a se digladiar, como uma espécie de amizade de combate entre os dois gênios.
Após a decadência da Nouvelle Vague, acontece, em 1968, a demissão do ativista cinematográfico Henri Langlois por meio da decisão do Ministro da Cultura francesa, André Malraux Langlois, que comandava a Cinemateca Francesa, ganhou apoio de diversos cineastas e intelectuais da Cahiers Du Cinéma, revista de arte que trazia ensaios e críticas de Godard, Truffaut e os cineastas já citados logo acima. Tudo isso é registrado de forma acadêmica, como se estivéssemos assistindo a tudo de camarote, como no instante em que aconteceram.
Conhecido como "Maio de 68", os protestos pela volta de Langlois tiveram confronto direto com a polícia e exigiram o cancelamento do Festival de Cannes, considerado pelos intelectuais como uma farsa. Em 1973, Truffaut dirige seu filme-manifesto, A Noite Americana que é, na verdade, uma dedicação de seu amor ao cinema, o que não agrada Godard. O conflito intelectual entre os dois fica ainda mais tenso, influenciando na amizade dos dois cineastas.
Nesse conflito, Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague mostra o papel do então jovem Jean-Pierre Léaud, espécie de filho de Godard e Truffaut, a peça chave do movimento. Léaud estava envelhecendo no mesmo momento em que o movimento. E a Nouvelle Vague, jovem e idealista, descobriu a realidade de um mundo que mudou, evoluiu, regrediu e abriu espaço para outros movimentos, mesmo que influenciados por ela. E Godard, em uma frase quase que perdida no documentário, explica isso quando diz: "O cinema é algo que aproxima a arte da vida". Só que (in)felizmente, muitas vezes, vida e arte caminham para lados opostos.
Por Leonardo Freitas
Embora a Nouvelle Vague tenha surgido com o filme Nas Garras do Vício (1958), do diretor Claude Chabrol, o movimento francês se concretizou com os clássicos Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut, e O Acossado (1960), de Jean-Luc Godard.
Podemos considerar, então, que o documentário Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague, que estreia nesta sexta (28 de maio) seja uma espécie de comemoração de 50 anos do movimento caracterizado pela juventude dos seus autores, dispostos a transgredir as regras do cinema comercial.
Em 91 minutos, o diretor Emmanuel Laurent, em seu primeiro longa-metragem, destrincha a amizade entre os dois diretores que foi a força motora do principal movimento artístico dos anos 60. O roteiro saiu da mente de Antoine de Baecque, um dos maiores estudiosos da Nouvelle Vague na França e autor de François Truffaut - Uma Biografia e que está prestes a lançar uma biografia sobre Godard. Nada mais sensato que o roteiro ser de sua autoria.
Com impressionantes registros de arquivo com excelente qualidade de áudio e imagem (graças aos registros da TV belga, sempre engajada e interessada no movimento), Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague começa com a exibição de Os Incompreendidos no Festival de Cannes em maio de 1959 e a ovação da plateia, diante daquele novo modo de fazer cinema, assistindo ao "anti-filme" do Festival.
A bela ode à infância e descoberta da vida adulta dirigida por François Truffaut deu um novo frescor do mundo na mente de jovens que tinham muito a dizer e a mostrar com seu cinema. Jean-Pierre Léaud, no personagem Antoine Doinel (papel que faria pela primeira vez neste filme e eternizaria em diversos outros longas de Truffaut) no auge de seus 14 anos, trouxe em Os Incompreendidos um personagem encantador e incômodo, sufocado por uma sociedade conservadora e opressora. Era o alter-ego de Truffaut e Godard, de fato.
Paralelamente a isso, o documentário mostra o encontro de Truffaut com Godard que, de idades e ideias similares, vão se unir e tornar a Nouvelle Vague o que ela foi. Godard tem seu primeiro filme, Acossado, produzido por Georges de Beauregard. Filme que, curiosamente, vai de desencontro com a linguagem cinematográfica de Truffaut. São dois cineastas com os mesmos ideais que colocam seus pensamentos na tela de formas distintas.
Mostrando depoimentos da época, Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague preza pelo frescor do movimento primordialmente jovem. Não há ali, depoimentos do octogenário Godard, nem do sexagenário Léaud. Apenas Godard, Truffaut (morto de um tumor no cérebro em 1984, aos 62 anos) e Léaud, ainda jovens, ainda com o sonho de fazer cinema inspirados em seus ídolos, como Alfred Hitchcock, Fritz Lang, Jean Renoir, Ingmar Bergman, Nicholas Ray, Roberto Rosselini e tantos outros.
Com ritmo e linguagem característicos do cinema francês, o documentário vai mostrando, em narração off - mas nunca pedante -, conceitos, opiniões, reações e reflexões da Nouvelle Vague. Do espírito arisco de Godard à poesia de Truffaut, as contradições dessa amizade começam a se digladiar, como uma espécie de amizade de combate entre os dois gênios.
Após a decadência da Nouvelle Vague, acontece, em 1968, a demissão do ativista cinematográfico Henri Langlois por meio da decisão do Ministro da Cultura francesa, André Malraux Langlois, que comandava a Cinemateca Francesa, ganhou apoio de diversos cineastas e intelectuais da Cahiers Du Cinéma, revista de arte que trazia ensaios e críticas de Godard, Truffaut e os cineastas já citados logo acima. Tudo isso é registrado de forma acadêmica, como se estivéssemos assistindo a tudo de camarote, como no instante em que aconteceram.
Conhecido como "Maio de 68", os protestos pela volta de Langlois tiveram confronto direto com a polícia e exigiram o cancelamento do Festival de Cannes, considerado pelos intelectuais como uma farsa. Em 1973, Truffaut dirige seu filme-manifesto, A Noite Americana que é, na verdade, uma dedicação de seu amor ao cinema, o que não agrada Godard. O conflito intelectual entre os dois fica ainda mais tenso, influenciando na amizade dos dois cineastas.
Nesse conflito, Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague mostra o papel do então jovem Jean-Pierre Léaud, espécie de filho de Godard e Truffaut, a peça chave do movimento. Léaud estava envelhecendo no mesmo momento em que o movimento. E a Nouvelle Vague, jovem e idealista, descobriu a realidade de um mundo que mudou, evoluiu, regrediu e abriu espaço para outros movimentos, mesmo que influenciados por ela. E Godard, em uma frase quase que perdida no documentário, explica isso quando diz: "O cinema é algo que aproxima a arte da vida". Só que (in)felizmente, muitas vezes, vida e arte caminham para lados opostos.
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